Na grande maioria dos casos, é possível visualizar facilmente o câncer de pele, mas em alguns casos ele pode ser muito sutil, exigindo a avaliação detalhada de um especialista.
Além disso, o câncer de pele pode estar além do que visualizamos a olho nú, como se ele fosse uma árvore e nós estivéssemos vendo apenas a árvore, mas não as suas raízes.
Mesmo a dermatoscopia, método de exame adicional utilizado para o diagnóstico do câncer de pele, pode não visualizar todas suas raízes. A eficácia da dermatoscopia varia de acordo com o subtipo de carcinoma basocelular (CBC) analisado.
Um estudo científico com 386 casos demonstrou que a dermatoscopia foi precisa na delimitação das margens em 87% dos casos do subtipo mais comum de CBC, conhecido como nodular. Entretanto, para os subtipos agressivos como, por exemplo, os esclerodermiformes e os micronodulares, a acurácia da dermatoscopia foi de 20% e 59%, respectivamente.
Isso significa que a extensão lateral de certos subtipos de CBC pode ser “invisível” à dermatoscopia, exigindo análise mais detalhada e microscópica através da cirurgia de Mohs, que permite identificar e remover todas as raízes dos tumores, preservando a pele saudável. Importante ressaltar que a técnica é geralmente reservada para casos na face.
Fonte: Dermoscopy accuracy for lateral margin assessment of distinct basal cell carcinoma subtypes treated by Mohs micrographic surgery in 368 cases.
Cerci FB, Kubo EM, Werner B, Tolkachjov SN.
Int J Dermatol. 2021 May 20. doi: 10.1111/ijd.15655. Online ahead of print.
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Dr. Felipe Cerci
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